quarta-feira, 27 de maio de 2009

Justificar um curta-metragem

Muitas vezes o público assiste a um vídeo e está completamente contaminado com a sua narrativa e com a história que está sendo contada e acaba esquecendo por um momento sua vida real. Nesse projeto, o espectador entra na narrativa do vídeo até o momento de descobrir que tudo não passa de uma gravação e que a ficção se explicita como ficção dentro da própria trama.
Dessa forma, esse trabalho irá trabalhar linguagens de vídeo e algumas referências cinematográficas sem esquecer da estética do vídeo e da proposta de provocar o espectador com essa mistura cinema/vídeo.
Essa provocação inicia com uma história que acaba sendo desmascarada como uma ficção em que os próprios personagens dessa história descobrem que são personagens ficcionais. Essa descoberta se dá no momento que os personagens principais, Bia e Bene, percebem que estão sendo observados. No entanto, eles não passam de personagens de uma ficção que estão sendo editados numa ilha de edição por outros dois personagens. Os dois personagens também se contestam como possíveis personagens ficcionais. Partindo daí, a percepção que o espectador tem está assistindo um vídeo dentro de outro e assim consecutivamente, dando a impressão de algo cíclico e de não ter mais fim.
Todos os personagens do vídeo contestam os próprios recursos audiovisuais que estão sofrendo no momento que estão atuando. Alguns questionam a diferença entre cinema e vídeo, talvez por estar muito contaminado com a palavra “cinema” e ao glamour que ela carrega. Outros questionam a relevância da proposta do próprio vídeo do qual participa.
Por ser um vídeo de ficção e experimental, o trabalho se destaca por ter uma linguagem cíclica em que os personagens estão perdidos num roteiro que eles desconhecem, mas que ao mesmo tempo fazem parte. Além de trabalhar com uma montagem diferenciada, o vídeo discute a utilização dos formatos cinemascope e de características do cinema e do vídeo com certa ironia.

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